20/07/2009

Memórias III

Decorria o dia 25 de Abril de1991 (ou pelo menos era fim-de-semana prolongado devido ao feriado) e lembro-me desse acontecimento, como se fosse uma revolução, não de cravos, mas dos vermelhos de Lisboa, na deslocação às Antas.
Estava em Melgaço, em casa daqueles que viriam a ser meus padrinhos de casamento e preparava-me para apanhar o expresso para Lisboa, quando começava o FC Porto - Benfica. Só depois é que vieram a lume as famigeradas histórias de Guarda Abel, balneário impestado, ameaças físicas, etc, tudo ingredientes próprios de um filme da saga do Padrinho, do que propriamente de um jogo de futebol.
No decorrer da viagem até ao Porto, que na altura demorava duas horas, o relato do jogo em pleno autocarro. As minhas unhas iam sendo roídas ao mesmo tempo que o jogo se desenrolava. E quando César Brito marcou os dois golos, os meus pais, pacientemente, pediram para eu me acalmar aquando do festejo dos mesmos.

Do Porto até Lisboa, foi um prazer ver os carros na direcção da capital com as bandeiras do Benfica na janela, orgulhosamente exibidas com a sensação do dever cumprido.
Mais tarde, quando a história foi contada, viu-se que a vitória daquela equipa, nas condições em que foi, foi de heróis, daqueles valentes, que vão para uma guerra e que saem de lá todos incólumes e transformados em ícones.
Para além da vitória, foi a demonstração do poder do Benfica, da força do clube na altura e da importância que teve.

É esse Benfica que quero ver novamente. É esse Benfica que perdura nas minhas memórias...

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