O jornal A Bola publicou ontem a lista dos 26(!) emprestados do Benfica esta época, que está retratada no blog Red Pass. Da lista dos 26, existem apenas 4 jogadores abaixo dos 22 anos (Jorge Ribeiro, Yebda, Shaffer e Éder Luís). Balboa, Mantorras e Zoro não contam, porque não estão inscritos.
Ou seja, dos 26 emprestados, 22 têm 21 anos ou menos e o Benfica decidiu emprestá-los. Desses 22, 9 estão no Fátima e 1 no Belenenses, prefazendo 10 jogadores na Liga de Honra. Sobram 12. Desses 12, 1 está no Beira-Mar (Oblak, com 17 anos), 2 no Paços de Ferreira (David Simão e Nélson Oliveira) e 1 no Marítimo (Romeu Ribeiro). Destes e até agora, apenas David Simão tem jogado mais.
Os restantes estão espalhados pelo globo: Urreta (em Espanha), Adu (na Grécia), Miguel Vítor e Rodrigo (em Inglaterra), Patric e Filipe Bastos (no Brasil), Lassana Camará e André Soares (na Suíça).
A pergunta é a seguinte: os jogadores mais jovens do Benfica andam a formar-se para o Benfica ou para os outros? É que olhando para as listas (excluíndo o Fátima e mesmo assim com um número superior ao máximo exigível), os jogadores emprestados do Benfica não teriam lugar no próprio Benfica ou em outros clubes, que não no Brasil, na Suíça, em Inglaterra ou até mesmo em clubes portugueses, mas com reais possibilidades de jogar?
Oblak será o 3º guarda-redes do Beira-Mar. Nélson Oliveira foi o 8º avançado a contratar pelo Paços. Romeu Ribeiro será que opção no Marítimo?
Existem jogadores com potencial para estarem no plantel do Benfica e aprenderem como outros que vêm e vão. Nelson Oliveira poderia ser a nossa 8ª opção no ataque, Miguel Rosa ou David Simão poderiam ser o verdadeiro Filipe Menezes, que depois de um ano a adaptar-se, nem para o banco vai, Yartey poderia ser o substituto de Di Maria e não precisava de vir de Madrid para ir para Inglaterra, com escala em Lisboa. Miguel Vítor até poderia aprender mais um pouco da sua polivalência e ser um razoável substituto de Maxi Pereira na direita.
E quais as vantagens? São jovens, com vontade de vencer, de ganhar pelo clube que os acolheu quando a idade dos sonhos ainda era uma realidade. Ganham muito menos do que pseudo-vedetas de Brasileirões e afins e sabem, acima de tudo o que é o Benfica.
As pessoas podem vir com o argumento de que não sabem lidar com a pressão do Benfica, mas é o mais puro dos enganos. Se se vir bem, na fase inicial das diferentes categorias dos escalões de formação, os jogos do Benfica são mais vistos do que os outros. Logo aí, de pequenos, existe essa "pressão" de terem de jogar com a camisola do Glorioso, por isso, não me venham com as tretas da pressão e de não aguentar a camisola. É o Zé que há-de vir de Góiais ou do Nepal ou de onde for, que vai saber o que é o Benfica e a sua importância no panorama desportivo nacional?
Por isso, o quadro que nos foi apresentado em dia de jogo da selecção deveria ter sido mais interpretado pela blogosfera. Deveria ter havido discussão sobre o futuro (porque este é um dos futuros possíveis) do Benfica na vertente desportiva, mas acima de tudo para saber se o dinheiro gasto no Seixal terá o retorno que é esperado ter.
Texto também publicado no Geração Benfica
Ou seja, dos 26 emprestados, 22 têm 21 anos ou menos e o Benfica decidiu emprestá-los. Desses 22, 9 estão no Fátima e 1 no Belenenses, prefazendo 10 jogadores na Liga de Honra. Sobram 12. Desses 12, 1 está no Beira-Mar (Oblak, com 17 anos), 2 no Paços de Ferreira (David Simão e Nélson Oliveira) e 1 no Marítimo (Romeu Ribeiro). Destes e até agora, apenas David Simão tem jogado mais.
Os restantes estão espalhados pelo globo: Urreta (em Espanha), Adu (na Grécia), Miguel Vítor e Rodrigo (em Inglaterra), Patric e Filipe Bastos (no Brasil), Lassana Camará e André Soares (na Suíça).
A pergunta é a seguinte: os jogadores mais jovens do Benfica andam a formar-se para o Benfica ou para os outros? É que olhando para as listas (excluíndo o Fátima e mesmo assim com um número superior ao máximo exigível), os jogadores emprestados do Benfica não teriam lugar no próprio Benfica ou em outros clubes, que não no Brasil, na Suíça, em Inglaterra ou até mesmo em clubes portugueses, mas com reais possibilidades de jogar?
Oblak será o 3º guarda-redes do Beira-Mar. Nélson Oliveira foi o 8º avançado a contratar pelo Paços. Romeu Ribeiro será que opção no Marítimo?
Existem jogadores com potencial para estarem no plantel do Benfica e aprenderem como outros que vêm e vão. Nelson Oliveira poderia ser a nossa 8ª opção no ataque, Miguel Rosa ou David Simão poderiam ser o verdadeiro Filipe Menezes, que depois de um ano a adaptar-se, nem para o banco vai, Yartey poderia ser o substituto de Di Maria e não precisava de vir de Madrid para ir para Inglaterra, com escala em Lisboa. Miguel Vítor até poderia aprender mais um pouco da sua polivalência e ser um razoável substituto de Maxi Pereira na direita.
E quais as vantagens? São jovens, com vontade de vencer, de ganhar pelo clube que os acolheu quando a idade dos sonhos ainda era uma realidade. Ganham muito menos do que pseudo-vedetas de Brasileirões e afins e sabem, acima de tudo o que é o Benfica.
As pessoas podem vir com o argumento de que não sabem lidar com a pressão do Benfica, mas é o mais puro dos enganos. Se se vir bem, na fase inicial das diferentes categorias dos escalões de formação, os jogos do Benfica são mais vistos do que os outros. Logo aí, de pequenos, existe essa "pressão" de terem de jogar com a camisola do Glorioso, por isso, não me venham com as tretas da pressão e de não aguentar a camisola. É o Zé que há-de vir de Góiais ou do Nepal ou de onde for, que vai saber o que é o Benfica e a sua importância no panorama desportivo nacional?
Por isso, o quadro que nos foi apresentado em dia de jogo da selecção deveria ter sido mais interpretado pela blogosfera. Deveria ter havido discussão sobre o futuro (porque este é um dos futuros possíveis) do Benfica na vertente desportiva, mas acima de tudo para saber se o dinheiro gasto no Seixal terá o retorno que é esperado ter.
Texto também publicado no Geração Benfica
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